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sexta-feira, dezembro 27, 2002

 
E eu queria ter dito tanta coisa, ter feito tanta coisa, ter mostrado tanta coisa, ter sido tanta coisa. Mas está doendo. E fazia tanto tempo. O tudo bem. Ah, não sei também. Não sei mais o que vale e o que não vale. Ter tudo e tudo mais ou ter nada e nada mais. Eu preferiria o tudo e nada mais. E não é possível. Deixa, essa agonia de ter que fazer algo logo para não precisar aceitar, sempre acaba. Só que a maneira como acaba nem sempre é boa. Mas poucas coisas são boas, então para que se importar? Tudo acaba mesmo, independendo como. Hoje, a agonia precisa acabar. Ou algumas coisas irão acabar comigo. E eu não quero. Não quero mais esse medo, esse medo de tudo. De mim.


posted by andressa elis 1:40 AM


terça-feira, dezembro 24, 2002

 
Às vezes o mundo deveria ser da maneira que ele é quando acordo. Mas só até o momento em que a minha cabeça não teve tempo de pensar e assimilar nada. Porque depois eu já não gosto mais. Depois, eu começo a ter raiva. Hoje, por exemplo, tive uma raiva muito grande, que acabou me entristecendo. E que culpa eu tenho de certas coisas, palavras, acontecimentos não saírem da minha cabeça, que culpa eu tenho? É, eu sei, eu deveria mandar as pessoas calarem a boca muitas vezes, né? Quem sabe, assim, eu teria uma convivência mais tranqüila comigo mesma. E não só mandando calar a boca, mas sabendo dizer não também. Se eu tivesse dito não mais vezes, ter me valorizado mais e me imposto mais, quem sabe, hoje, eu conseguiria sorrir sem os músculos do meu rosto precisarem doer. E sem tudo foder tanto, sem me cobrar tanto, sem me importar tanto, sem deixar de viver tanto para tentar viver. Realmente, talvez um não teria feito a diferença. A diferença nas dores e nas lágrimas. Já nas alegrias, não respondo por elas.

Se amanhã não for nada disso


Caberá só a mim esquecer


(eu digo, vai doer)


O que eu ganho, o que eu perco


Ninguém precisa saber




posted by andressa elis 10:35 AM

 
Sempre (nunca).
E eu. Eu que sempre odiei mais do que amei. Eu que sempre tive medo. Eu que sempre achei que conhecê-lo seria impossível. Eu que sempre briguei. Eu que sempre chorei. Eu que sempre quis ter quem amar. Eu que sempre me enganei. Eu que sempre quis o que nunca pude. Eu que sempre fiz o errado. Eu que nunca soube como ser feliz, hoje, esqueço tudo. Resolvi por o que e quem me faz mal em uma caixa velha, e espero não precisar reabri-la tão cedo. E decidi que preciso viver, mais. Ter a minha vida, onde só eu sei o que é certo e o que realmente quero. Se não for? Não faz mal, só eu saberei. Irei viver o meu conto de fadas, onde eu o escreverei. Já tenho nomes para os personagens. Os vilões, os que pouco importam e os especiais. Quem morre e quem me salva no final? Também tenho nomes, porém, creio que o final terá que ser rescrito. Mas tudo bem, enquanto vivo o meu conto de fadas, o mundo continua. E espero conseguir ter em esquecimento muitas coisas. No entanto, não terminadas. Quem sabe o termino delas seja o fim do tal conto de fadas. Maybe. Mas não hoje. Hoje está tudo real demais, e fora do meu alcance, só que muito nítido. Mágoas, sim. Tristezas, sim. E um bom dia, sim. “–Tudo ficará bem.” foi o que ouvi e o que respondi. Talvez não para mim e nem para ninguém. É difícil saber quando tudo irá ficar bem. Quem sabe quando tudo piorar realmente e pararmos de ver o errado. E quando, também, conseguirmos dizer a nós mesmos o que queremos e o que não queremos, assim será mais fácil quando nos perguntarmos o que fazer. E será hilário quando soubermos o que fazer e preferirmos a incerteza. Sempre é assim, se não fosse, pessoas não se matariam, não mentiriam e a vida não seria uma grande piada. E sim, as coisas poderiam ser fáceis, mas não teria graça, foi o que ouvi também. Tudo bem, hoje só estou sobrevivendo, não faço parte de nada. Amanhã, se me permitirem, começo a viver, o meu conto de fadas ou a vida real. Acho que irei optar pela primeira. Lá as coisas podem ser verdadeiras e da minha maneira. Querendo ou não, o que é para ser, será.

Bosta no ventilador. - ela diz.


posted by andressa elis 12:59 AM


sábado, dezembro 21, 2002

 
Sim, deve haver uma explicação. E irei colocá-la no cú do Natal. Eu o odeio muito, quase mais que tudo. Mas não faz diferença agora. Natal, fim de ano, Ano Novo, tudo de uma só vez. Eu gostaria de saber o motivo de eu odiar tanto esta época. É, talvez eu saiba, mas é melhor não. O engraçado que a dezoito anos atrás tudo que eu queria era o que eu quase tenho agora. Mas não está mudando em nada. Pois é, é estranho. Estranho mesmo é terem roubado o que me fazia bem, e nem ao menos terem avisado. Andressa, sua ignorante, nunca somos avisados de roubos. Eu sei, mas poderiam ter me avisado, talvez não me entristecesse tanto.

Alguém lembra dele? É assim que tudo está. Frio, vazio e perdido.

posted by andressa elis 8:05 PM


sexta-feira, dezembro 20, 2002

 
Chuva. Lulis. Eu. Moço do Blu Lanches. Roupa molhada. Chuva. Cabelo escorrendo. Moço do Blu Lanches. Eu. Lulis. PBF. Toalha. Lulis. Cachorro. Eu. Moça da PBF. Moço da PBF. Eu. Lulis. E mesmo assim tudo ainda doía e dói. Mas hoje eu sei qual é o problema, tem pessoas que me fazem muito mais mal do que bem. Como se fosse aquela tristeza que faz adoecer. Que só me faz querer dormir, para sempre. E sim, peço desculpa a ela, linda no seu uniforme de trabalho e seus olhos brilhantes. Desculpa por não conseguir ser como deveria, porém eu sei que tu entendes. E sabe do que mais? Eu fico muito feliz, muito mesmo, quando tu precisas de mim e ficas alegre ao me ver. Eu gosto de tu precisar de mim, gosto mesmo. Só que eu apenas não estou bem. Talvez precise dormir um pouco, não sentir mais frio e dor. E quem sabe, um dia, tudo voltará ao seu lugar e para mim. Ou então, o vazio, que também não faz diferença. Nada mais faz diferença e muito menos tem importância (agora).

posted by andressa elis 8:39 PM

 
Algo sangra. De ódio, de raiva, de dor, de desprezo. E por que isso mais uma vez? Não sei, eu realmente não sei. E é uma merda. Uma merda tão grande que chega a feder no nariz do outro, que não liga. Por que? - agora eu sei - Porque a merda é minha e eu que me vire com ela. Pois é, o que me dá mais ódio com tudo isso, é que eu preciso viver a minha vida. Mas não, a minha cabeça doente não me permite. Ela quer que eu fique da mesma maneira de sempre e que aceitar e suportar seja a solução. O pior ainda, é que eu juro que tento dizer não para ela, mas não consigo. E tem uma outra merda também, eu estou precisando daquela mulher. Bosta, se eu precisar sempre dessa mulher para me sentir alguém melhor, ela que vá tomar no cú e que tome essa existência miserável de presente. Sim, se quiser até embrulho em um gigantesco papel vermelho com uma fita dourada e com os dizeres: “- Toma, esse mundo e essas pessoas não são para mim”. É, de verdade, isso tudo me faz muito mal. Humanos sabem ser nojentos e humilhantes quando querem e quando não querem, sabem fazer as suas merdas federem na vida dos outros, e mais, fazer com que eu me importe. Mas tudo bem, logo, logo a minha cabeça vai voltar a funcionar da maneira certa e querendo o meu bem, e logo, logo tudo ficará bem. Se não for, deixa eu pensar assim, amanhã, talvez, eu acorde desse pesadelo e irei rir de mim mesma.

posted by andressa elis 12:10 AM


segunda-feira, dezembro 16, 2002

 
É tão claro e lúcido, mas distante e irreal ao mesmo tempo. E por incrível que pareça, de uma certa forma, eu engoli o medo. Engoli a seco, mas engoli. Esqueci princípios, futilidades, promessas, depois, pessoas - nem tudo foi esquecido, apenas não quero lembrar – por um dia, um dia que leva a outro dia em que não consigo dizer não e que acabo tendo tudo roubado. Porém ganho tudo e nunca tenho nada. Mas no fim esse nada se torna grande. Uma grandeza que não deixa ficar entre as minhas mãos, que escorre, cai e quebra. E é assim todos os dias, toma forma e foge do controle. No entanto, o vento lá fora me trás frio e doença. Aquela doença nojenta que contagia e me deixa sem o instinto de humana. Mas no fim de tudo eu ainda posso ficar calma, mesmo desprotegida eu me mantenho, no sono e no sonho, de olhos abertos, porque não se tem o que perder, já está tudo perdido.
E agora, com licença. Eu preciso parar de viver por um instante e aceitar que eu odeio, odeio e odeio. E ainda, ver que nada, absolutamente nada, já foi como eu realmente quis. Não, perdoe-me, algo foi sim. Mas foi-se e ainda está aqui, no canto dos meus olhos me cutucando e dizendo que eu não faço mais parte – do real e do engano.

posted by andressa elis 12:55 PM


quarta-feira, dezembro 04, 2002

 
Sim, eu voltei para o meu mundinho. Meu lindo mundinho. E agora, agora eu estou bem, I guess. Claro, milhões de preocupações, trilhões de coisas a fazer, mil músicas e algumas pessoas apenas. Tá, eu estou perturbada. Ai céus, não é culpa minha também. É a lua (mentira, nem está perto da lua cheia). Mas enfim, que diferença que faz, eu sempre dou um jeito, como diria a Lulis. Em falar em Lulis, acho que ainda seguirei o conselho dela:
-Dessa, compra um vibrador. Não fala, não enche o saco e te da prazer.
Genial.
E a propósito, ei minha garotinha voluptuosa (uaul), és minha na sexta, ouviu bem? Minha.

posted by andressa elis 8:58 PM


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