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"É com uma alegria tão profunda. É uma tal aleluia. Aleluia, grito eu, aleluia que se funde com o mais escuro uivo humano da dor de separação mas é grito de felicidade diabólica. Porque ninguém me prende mais. Continuo com capacidade de raciocínio – já estudei matemática que é a loucura do raciocínio – mas agora quero o plasma – quero me alimentar diretamente da placenta. Tenho um pouco de medo: medo ainda de me entregar pois o próximo instante é o desconhecido. O próximo instante é feito por mim? ou se faz sozinho? Fazemo-lo juntos com a respiração. E com uma desenvoltura de toureiro na arena."
posted by andressa elis 8:59 PM
Têm coisas que eu não gosto mais. Algumas que eu ainda gosto. E outras que eu gosto mais.
posted by andressa elis 9:06 PM
Do surreal para(maybe) o real. Muito real.
posted by andressa elis 3:48 PM
Será que um dia vai ser preciso dizer: sem saber que o pra sempre, sempre acaba?
E eu que achei que estava tudo bem. Que eu estava bem quanto a isso e quanto a tudo. Um mero engano. Não sei o que é pior, enganar a si mesma ou se enganar quanto aos outros.
Ingênua, burra e trouxa.
posted by andressa elis 7:38 PM
Uma criança linda, que sorriu ao ver o seu avô chegar. Aquele sorriso que deixa os olhos pequenos e que me fez sorrir também. Acabou sendo a única manifestação que tive durante todo o dia. Tentei não pensar e não me importar com nada. As pessoas estão morrendo muito mais do que vivendo, e eu não ligo. Como se tirassem a minha pulsação e me encontrasse no vazio, na minha futilidade. Colocaram-me no automático, e eu, sem ter o que fazer, permiti. Permiti, também, que me tirassem o meu, a minha melhor respiração e fantasia, deixando-me no arquivo morto. Será preciso ficar só pra se viver, só pra se viver? Ao menos, deixem-me ter um último suspiro.
Aquela guria, guria linda que correu e abraçou-o ao vê-lo.
posted by andressa elis 9:24 PM
Nada bem, nada. Daquelas vezes em que tudo me faz mal e me machuca. No entanto, tudo que eu precisava era falar com ele. E quando aconteceu, não foi como eu queria. Raramente é como eu quero, ou quase nunca. Odeio isso. Odeio chegar a conclusão de que tudo estaria melhor sem a minha existência ou com um nunca mais. Mas enfim, stay free, não é do meu direito, muito menos da minha dependência.
E o pior ainda é eu nunca ter precisado de alguém, eu nunca ter dependido de alguém, eu nunca ter me importado com alguém, eu nunca ter vivido por alguém. Nunca. Será que alguém consegue entender e ver o quanto isso é sério pra mim? Acho que não.
posted by andressa elis 8:38 AM
Tá. Antes de mais nada, eu estou c-o-m-p-l-e-t-a-m-e-n-t-e lúcida. E também não irei comentar sobre o telefonema meu ou dele de ontem, porque isso só o meu tal programa, que fiz para ligar para ele certo horário, saberia responder. E outra, todo mundo sabe que eu tenho problemas quando acordo, ou melhor, quando faço coisas dormindo. Então, sem direito a risadas.
É, e perdemos a gincana. O nosso mascote, Vavá, mesmo com toda a sua eminente inteligência não foi o suficiente. Mas como diz a cara Vivis “–Quem não tem pinto, tem celular no bolso”. Sendo verdade ou não, a colocação é ótima.
Que assim seja. Por causa desse maldito um ponto e meio que não ganhei na média, pegarei algumas recuperações. Mas tudo, pegar recuperação deve ser legal. Só não deve ser tão legal como chegar em casa com milhões de bilhetinhos, na bolsa, escrito PERDEDORA.
posted by andressa elis 6:50 PM
É engraçado.
As pessoas ficam engraçadas segurando sombrinhas. Elas deveriam andar sempre com sombrinhas, escondem os seus rostos. E eu estou melhor, algo está me fazendo bem. Só não sei o quê. Tudo bem que as minhas dores na perna esquerda/nádega esquerda/coluna ainda me incomodam e me fazem dar chutes no ar. Acho que a minha perna criou uma personalidade própria, e ela não gosta de mim. Mas tudo bem, eu estou rindo à toa(de mim?). Extremos e instantes, talvez.
Andei na chuva sem querer me molhar e pisei em poças. Encharquei os cabelos e os pés. Gritei na rua e atravessei correndo. Tive vontade de sorrir. E tenho vontade de correr, correr muito, para o nada e rir até as bochechas doerem. Ouvir coisas que eu nunca ouviria e adorar. Andar descalça com roupas brancas e sentir lucidez. Abraçar forte e repetir milhões de vezes “–sim, sim, sim, eu também, eu quero”. Fazer algo inesperado para alguém e ver os olhos brilharem. Assistir àquele filme pela décima vez e lembrar de alguma parte esquecida. Comer chocolate como se nunca tivesse comido antes e me sentir embriagada. Estar sempre apaixonada e querer mais. Ficar sufocada e ainda assim não ser o suficiente. Amar crianças e cachorros. E alguém mais.
posted by andressa elis 5:37 PM