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terça-feira, outubro 29, 2002

 
Eu gostaria de saber o que está acontecendo comigo. Mas antes preciso saber aonde foi que eu me perdi.
É, eu sei sim. E não gosto.

posted by andressa elis 7:34 PM


segunda-feira, outubro 28, 2002

 
Dói. Dói a mão que nega. Dói quem senti. Dói o orgulho.
Dói não ser o bastante. Dói a culpa. Dói o choro. Dói o não. Dói querer amor.
Dói precisar. Dói a rosa que cai. Dói não ter o abraço. Dói ter medo.
Dói a solidão. Dói a perda. Dói não ter.
Dói a febre. Dói a indiferença. Dói a falsidade. Dói o frio.
Dói ser pequena. Dói a fome de ser. Dói a saudade. Dói o vazio.
Dói o aperto. Dói doer. Dói imaginar. Dói lembrar.
Dói querer esquecer. Dói te fazerem mal. Dói quando largam mão.
Dói a verdade. Dói o ar que falta. Dói a palavra. Dói o desespero.
Dói os dias. Dói as horas. Dói as pessoas. Dói a incompreensão.
Dói ver. Dói a ferida. Dói cutucar. Dói os lábios que sangram.
Dói saber que não doía. Dói o sorriso. Dói a alma.



posted by andressa elis 7:33 PM

 
Confins do esquecimento. Calmo e escondido, onde eu gostaria de estar. Mas eu não serei tão boa assim com as pessoas, elas não merecem tanto.


posted by andressa elis 4:46 PM


domingo, outubro 27, 2002

 
Sabe, o dia está bonito. Fazia muito tempo que não era assim bonito. E fazia tempo que eu não quis tanto estar tranqüila. Estou com milhões de preocupações. Mas eu me torno engraçada por tudo se desfazer e só uma coisa ser capaz de permanecer, e eu quero. Muito.
Eu preciso fazer uma ligação, uma séria ligação. Só que eu tenho medo, e me falta coragem. Quem sabe até o fim do dia eu consiga ligar. Sei que eu não saberei o que falar e irei me sentir ridícula. Porém, é preciso. E muitas outras coisas são precisas. Hoje o preciso foi o sol bater mais forte, eu poder sentir calor e arder. Sentir vida. E algo me fez bem. Me fez bem não ter tido a impressão errada e ver que eu realmente não gosto de muitas pessoas. Isso é bom(não?). Deixe ser. Eu quero assim, quero poder odiar certas pessoas e desprezá-las, antes que me consumam. Mas isso eu não deixarei. Algo ainda é maior, o meu pouco espírito de humana que ainda me resta. Só que além, além e além de tudo, algo ainda é maior e acaba sendo o tudo. Just is.

posted by andressa elis 2:12 PM


sábado, outubro 19, 2002

 
In my place, in my place,
Were lines that I couldn't change,
I was lost, oh yeah.

I was lost, I was lost,
Crossed lines I shouldn't have crossed,
I was lost, oh yeah.

Yeah, how long must you wait for him?
Yeah, how long must you pay for him?
Yeah, how long must you wait for him?

I was scared, I was scared,
Tired and under prepared,
But I wait for it.

And if you go, if you go,
Leave me down here on my own,
Then I'll wait for you, yeah.

Yeah, how long must you wait for him?
Yeah, how long must you pay for him?
Yeah, how long must you wait for him?
Oh for him

Sing it please, please, please,
Come back and sing to me,
To me, me.

Come on and sing it out, now, now.
Come on and sing it out
To me, me
Come on and sing.

In my place, in my place,
Were lines that I couldn't change,
I was lost, oh yeah.
Oh yeah.



Eu só queria ter ouvido a resposta daquele "–Por que?".




posted by andressa elis 6:22 PM


quinta-feira, outubro 17, 2002

 
-Esses dias eu fiquei fazendo caramujo no espelho.
Risos.
-Ah poxa, eu não tinha o que fazer no elevador.

:* minha fresca peluda.



posted by andressa elis 9:44 PM

 
A menina do violão jurava que eu tinha 16 anos.
Cortei o cabelo. Curto. Ficou sei lá, mas a minha cara amarela permanece.
Na terça-feira a minha mãe achou que eu estava me drogando, por causa dos meus olhos fundos, olheiras e da cara de doente. Pois é, que diferença que faz.
E eu estou cansada. Preocupações cansam. Acho que se eu fizesse as coisas que devo fazer, ao invés de ficar me preocupando por não estar fazendo-as, eu cansaria menos. E vai saber também, eu estou amarga, irritada, sendo estúpida com todos. Muitas vezes eu queria que me deixassem em um canto, quieta. Não é pedir muito, não é. Pedir muito seria querer ser teletransportada para outro mundo, o meu mundo se perdeu. Ou não existe mais. E pedir muito, também, seria querer ver os meus olhos brilhando novamente e ouvir –Tu ficas muito mais bonita sorrindo...

posted by andressa elis 1:35 PM


terça-feira, outubro 15, 2002

 
Queria uma casa azul, azul bebê. Ela seria pequena, mas com um jardim imenso para os meus cachorros correrem. O meu quarto seria no sótão, aqueles quartos de bonecas no sótão. Teria orquídeas e rosas. E todas as manhãs quando eu saísse para comprar pães meus vizinhos me dariam bom dia e me perguntariam como eu estou. Eu teria coelhos também, sempre quis ter coelhos. Ela teria venezianas e flores nas janelas. A manhã eu teria livre, varia trabalhos domésticos(sim), iria ao mercado e sempre iria cultivar o meu vício por shampoos e condicionadores. Faria o almoço. No quintal teria muitas hortaliças e principalmente salsinha, muita salsinha. Trabalharia à tarde, com pessoas legais e coisas legais. À noite estudaria. E ao chegar em casa, não estaria sozinha e eu conseguiria dormir. Quando acordasse os olhos mais lindos estariam me olhando e eles falariam tudo o que eu precisaria ouvir. Olharia para a janela e veria o vento nas folhas da árvore mais alta, viraria para o lado e me abraçaria. O mundo pararia e eu voltaria a sorrir.



posted by andressa elis 2:53 PM


segunda-feira, outubro 14, 2002

 
Odeio acordar chorando, odeio. O sonho foi real demais. E foi horrível. Aquele desespero e aperto no peito. Horrível.

-Tire-me daqui, por favor. E me faça acordar dizendo-me que não é assim. Agora!

Tive uma manhã agradável, calma. Fiz até sopa de legumes. Estava realmente empolgada para comentar sobre o preparo da mesma, dos pensamentos legais que tive sobre um certo futuro e das conversas na cozinha. Mas não, agora não. A minha tarde se perdeu com aquele sonho filho de uma puta. Bosta! Eu odeio isso. Odeio!


posted by andressa elis 3:46 PM


terça-feira, outubro 08, 2002

 
Novamente. Pessoas são escrotas. Simplesmente hipócritas e escrotas, ao extremo. Eu não entendo, e acho que nunca conseguirei entender. Nunca conseguiria viver entre uma mentira ou fazer algo que não queira realmente. Mentem ao falar, ao agir, ao olhar, ao respirar. Fingem, debocham, traem, sem a menor consciência. Como? Alguém poderia me dizer como alguém consegue? Tá, sei que erro, e quem não erra? Não direi que também nunca irei fazer. Só que ao menos, tentarei proceder posteriormente da maneira que a minha consciência me permitir. E acho que aí que tá, a minha consciência não me permite rir por rir, sentir por sentir e ser por ser. Mas creio que a trouxa acaba sendo eu. Por acreditar que alguém é capaz de sentir verdadeiramente, e capaz de ser humana o bastante a ponto de não mentir. E eu, trouxa mais uma vez, por não querer ver que nem todos são puros e verdadeiros como eu acho que são. Porém, ou eu acordo todos os dias e me isolo, ou entro nesse joguinho. Mas desse joguinho eu me recuso a fazer parte. E o meu maior pavor é ter que viver o resto da vida entre pessoas assim, superficiais. São superficiais por julgarem ao outro por meras atitudes, por não serem competentes para verem que o ser humano não é feito apenas de caras e bocas, mas também, de alma. Acabo crendo que esses seres superficiais não sabem o significado da palavra alma. Nem eu sei ao certo, mas tento conhecer o interior de cada um, e aprendo a cada dia como sou imbecil ao achar que todos podem ter uma alma boa.
Será que os alienígenas me adotam? Eles devem, ao menos, assumir a sua mentira. A sua gigantesca e fedorenta mentira. Mas cuidado humanos, vocês podem se afundar nas suas próprias merdas.
E o que me resta? Rir. Agora não sei se é de mim, ou deles.


posted by andressa elis 7:07 PM


segunda-feira, outubro 07, 2002

 
Pedi opiniões a todos. E eu optei por Psicologia. Irei ligar amanhã para a UFSC e tentarei mudar o curso, pois não me vejo como jornalista. Enfim, não me vejo como nada. À tarde peguei provas da UDESC, e me deu um medo terrível, porque eu estou sem tempo. Pois é, eu que sempre brinquei com ele, acho que desta vez ele me pegou mesmo. E hoje estava quente e acabei ficando irritada. Não sei, até gosto desta época, de verão e tudo mais, o que eu não gosto são das pessoas no verão, elas deixam tudo, um tanto quanto, feio demais.
É, e vai dar tudo certo. Eu terei tempo - sim! -, farei as coisas da maneira correta, brigarei com muita gente por isso e estarei feliz(?). Sei que tenho que ler milhões de livros, e principalmente, acreditar em mim.
Mas apesar de tudo, nessa época eu começo a não ter mais fome, e eba, eu estou emagrecendo, acho.
E sabe, hoje falei com pessoas que não costumo falar freqüentemente. Com a professora de biologia (que esses dias pediu para que eu não ficasse mais na aula dela), com a professora de português (que me disse sua idade e eu fiquei horrorizada, e percebi que a Mamy, apesar de tudo, é linda na sua idade), com o professor de história (sim, até com ele. E falou que ainda quer fazer Psicologia) e com o meu ex-professor de geografia (aquele que me pediu em casamento uma vez) e ele falou para eu fazer Moda, que eu tenho até físico para isso (hehehe). Foi estranho, porque eu não disse que queria fazer Moda, ele simplesmente olhou para mim e disse “–Já pensasses em fazer Moda?”. E ah, ele ainda me chama de “menina do cabelo lindo” e como sempre, acabo rindo.
Apesar dos pesares, eu ainda me sinto oca e com necessidade de muitas coisa, que não irei citar. E gostaria que o meu corpo colaborasse comigo, eu penso e ele não reage, acho que o meu cérebro e o resto do meu corpo deveriam fazer as pazes, eu agradeceria.

posted by andressa elis 7:05 PM


domingo, outubro 06, 2002

 
Se alguém conseguisse entender o quanto eu odeio, o quanto dói. Se alguém soubesse o quanto é o quanto que eu sinto, o quanto eu me sinto pequena quanto a tudo. Se tudo fosse simplesmente adeus e nada mais, o quanto eu não seria. E se tudo fosse um faz-de-conta onde a minha vida estaria, o que eu seria? Não sei, creio que eu não seria nada. Nada, nada e nada. E quem sabe todos nós estamos em um faz-de-conta, em um horrível faz-de-conta. E eu? Nada, apenas dor.


posted by andressa elis 9:41 PM


sábado, outubro 05, 2002

 
Sentimentalista de merda. Sentimentalista de merda e aquele lugar.
Eu sou uma sentimentalista de merda que está necessitando – urgente – de sentimentos práticos.

...a pessoa mais linda que eu já conheci.


posted by andressa elis 12:59 AM


quinta-feira, outubro 03, 2002

 
Ela chegou com os olhos vermelhos e com lágrimas. Uma das coisas que mais odeio no mundo é vê-la assim. E eu, sempre sem saber o que fazer e o que falar, preferi deixá-la quieta. Mas dói tanto ter que vê-la assim e ser inútil. E o que mais dói ainda é perguntá-la qual é o problema e ela responder –A vida. Não é justo. Não suporto ouvi-la dizer que é feliz assim. Eu sei que não é, e sei que o medo dela de ser feliz é maior do que o medo de tentar. Mas poxa, ela merece, ela é o que é e não pode viver o resto da vida desse jeito. Odeio, odeio, odeio não saber o que fazer. É agonizante ver que muitas vezes ela é mais frágil do que eu. Não pode, não é certo assim. Ela não pode chorar, não ela. Ela sempre foi tudo, não pode, não assim. Essa mulher, apesar de tudo, é uma das pessoas que mais suportou a solidão e a falta de amor. Mas eu sempre a amei e sempre irei amá-la. Só que não é o bastante, ela precisa de alguém que lhe mostre a vida, que lhe mostre como viver. E hoje, eu só queria vê-la bem, de verdade. E queria, também, que ela saísse da sua bola de cristal e visse que o que falta é se entregar e viver sem medo. Apenas uma vez, uma vez. Ela merece, merece mais do que tudo.

posted by andressa elis 1:26 PM


quarta-feira, outubro 02, 2002

 
Saí da aula de violão e vim andando em direção ao centro. Andei por mais de quarenta minutos e não me preocupei ao atravessar as ruas, apenas andava. Ouvindo In My Place alto, muito alto e no repeat. Não me esforcei em parecer simpática, na verdade gostaria que todos pudessem ver o que a minha cara dizia: “Tomem nos seus respectivos cús!”.
Agora estou na Igreja Matriz e o casal que estava na minha frente foi embora, não rezaram por mais de cinco minutos. É, estou diante de uma imagem que carrega uma criança, e lembro do dia em que, aqui mesmo, chorei. Chorei no ombro dele. Chorei por medo, chorei pela vida, por mim, por nós. Mesmo com milhões de vidas lá fora, é tão calmo, tão silencioso, e daqui de dentro só se ouve alguns carros e os pássaros cantando.
Mas tudo acaba se resumindo à calça jeans mais surrada que tenho, à uma blusa cereja, à jaqueta jeans, ao meu cabelo desarrumado e ao meu all star com joaninhas. Sim, se resume ao superficial, tudo muito superficial.
...
Estou no Biergarten (eu não sabia, mas reabriram a cervejaria). Não quis vir para cá, mas não sei, aqui é bonito, foi bonito. No caminho evitei olhar as vitrines. Não gostava da imagem que elas me transmitiam, não consigo olhar os meus olhos. Eles estão mais velhos que o resto do rosto. Eles têm dor e aflição. Porém, riem de mim, riem por eu não ser forte.
O céu está lindo. Entre as nuvens cinzas e brancas aparece o azul. E tem um casal aqui, devem ter 16 ou 17 anos, estão sentados, ele está a abraçando e ela folheando um livro. Não vou ficar olhando para eles, não quero que percebam. Mas agora ele está de frente para ela e conversam. E tem mais pessoas, um outro casal, apenas amigos, eu acho, e dois homens conversando. E onde estou sentada, à minha direita, tem uma árvore. Ela teima em me olhar, e não duvido que das pessoas que estão aqui e em muitos outros lugares, ela seja a que mais sinta, mas infelizmente, não mais que eu.
As pilhas acabaram, pilhas amarelas. Odeio amarelo, odeio. Odeio os ônibus amarelos, a sinalização amarela e a minha cara amarela. E os dois homens foram embora e o casal também está indo. E eu? Não quero ir e nem estar em lugar algum. Eu só quero que tudo fique bem e que eu não precise mais ter medo.
Eles se abraçam, forte.

P.s.: este post foi escrito em folhas das minhas aulas de violão, que vão de mal a pior.

posted by andressa elis 7:44 PM

 
Incomodada e burra. É como estou me sentindo. Preocupo-me comigo mesma quando não ligo nem para a roupa que estou usando. Não sei, um medo terrível. Um medo do ano que vem, principalmente. Medo de não ser o bastante, medo de ser pequena demais. Não sei dizer do que eu estou precisando, do que falta. Na realidade eu sei, estou naquelas épocas que estou precisando de mim mesma. E então, fico com aquele sorriso hipócrita no rosto. Um sorriso falso, que serve para mostrar a todos que eu estou bem(como se eles quisessem saber). Mas eu sei que as coisas não estão bem. Porém, quem liga? É tão simples apenas fechar os olhos como uma criança e achar que todos também estão cegos. Só que não é assim, um dia a redoma de vidro quebra e as caras aparecem. E não gosto de mim quando estou assim, quando não sei mais ser eu mesma, quando não sinto e não me importo com nada.

posted by andressa elis 7:02 PM


terça-feira, outubro 01, 2002

 
Eu não estou me dando muito bem com as pessoas ultimamente. Elas estão me parecendo ocas demais e insensíveis demais. É estranho, mas ainda defendo a minha teoria de que deveríamos ter alguém pra gente e pronto. O resto das pessoas estragam. Aliás, elas estragam tudo. Seria tão mais fácil apenas sentir de verdade e não procurar argumentos para piorar tudo. Tudo pode ser bom sim, é só fazer certo. E eu, desde pequena sempre tive a idéia formada de amar. Sim, as pessoas se separam, e não porque realmente querem, mas sim, porque virou um certo padrão não conseguirem mais amar. Elas se queixam a toda hora e a todo momento que não encontram a pessoa certa, mas o problema é que elas não querem realmente encontrar a pessoa certa, se tornou rotina as coisas não darem certo na vida delas. Eu sei que é patético eu falar isso, mas eu quero que as coisas sejam boas para mim. Se a minha maneira de ser feliz é tê-lo para mim, do meu modo, é assim que vai ser. Porque completa, e só alguém assim é capaz disso. Alguém que só é assim comigo, e que eu só sei sentir assim, com esse alguém mais do que ninguém.
E espero logo poder olhar para aqueles olhos e me ver.


posted by andressa elis 8:09 PM


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